Todo cuidado é pouco em 2013!

Passei boa parte da minha vida como executivo de empresas multinacionais tentando explicar este estranho País chamado Brasil. Estudos em cima de estudos, conversas com economistas renomados, grupos de estudos, mas nada que conseguisse explicar a alta inflação, os diversos planos econômicos, as intervenções do governo no mercado, a falta de visibilidade a médio e longo prazo, e etc e tal.

Não sou economista, mas reconheço que o País mudou para melhor nestes últimos anos, foi merecedor até de uma matéria onde havia na capa da The economist, o Cristo Redentor levantando voo! Para mim muito mais uma ação de marketing, do que realmente uma verdade econômica, tanto que na semana passada, a managing director do FMI, Christine Lagarde demonstrou preocupação com a previsão econômica do Brasil, crescimento do PIB em 2013 de 3.5%, como?

O crescimento do Brasil após 2004 foi baseado na expansão da demanda pelo mercado consumidor nacional, e na procura por insumos básicos do mercado internacional. Esta expansão foi suportada pela ociosidade existente dos meios produtivos e pela mão de obra disponível, não sendo feito nenhum investimento significativo em infraestrutura que pudesse suportar um crescimento sustentável de longo prazo.

Vejamos o seguinte: todas as decisões de fomentar o mercado foi através de tentativa e erro, redução do IPI, desoneração da folha para alguns setores, aumento da taxa do US dollar para o nível de R$ 2,00 e não consigo lembrar de mais nada. Como esperar um crescimento do PIB em 2012?  e como realmente, esperar um crescimento de 3.5% para 2013?

Nos meus trabalhos como consultor o que vejo é uma industria sendo destruída, não que o empresario não tenha parte de culpa neste movimento, pois ele também não fez a lição de casa, mas quando um País permite que produtos de vestuário chegue ao mercado 40% mais barato do que produzido no mercado doméstico ele esta enviando um recado claro de que este setor não é prioridade do governo, que fechem os postos de trabalho, pois as empresas continuaram a existir, importando produtos...mas aquela senhora que como única opção de um trabalho digno é ser costureira, é melhor arrumar outra atividade...

O setor gráfico de impressão de livros é outro duramente afetado, até livros escolares da rede governamental estão sendo produzidos no mercado Asiático, nossas gráficas outro mercado  em extinção, e assim outras industrias vão no mesmo caminho.

Outro ponto interessante é o nível de desemprego que ficou próximo dos 4.6% em dezembro ultimo, isto equivale a pleno emprego, restringindo a expansão das empresas por falta de mão de obra, então crescer como?

Inflação, baixa dos juros e controle da taxa cambial e falta de investimento em infrasestrutura esta na contramão de nossa necessidade de longo-prazo, mas esta analise deixo para os economistas.

Acho que o crescimento para  2013 esta mais dependente do que ocorrer no mercado internacional, do que propriamente em nossas mãos, sendo que os prognósticos do bloco Europeu e Estados Unidos não são dos melhores, então o melhor para os empresários, empreendedores, investidores, e todos em geral, é olhar para dentro de casa, tornar-se mais eficiente, inovador e ter uma gestão de caixa na ponta do lapís.

Um feliz 2013 a todos! 

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