Um bom lider ouve mais do que somente as palavras!

A convivência com os cavalos me fez refletir em uma série de simples atitudes, que eu deixava passar no meu atribulado dia-a-dia, e que depois de algum tempo se mostrou muito importante para o meu relacionamento com as outras pessoas da organização.

Uma das mais importantes foi a de aprender a ouvir muito mais do que somente as palavras. 

Quando se esta em cima do cavalo, a coisa mais importante é continuar em cima, pois por experiência própria a parte mais dura da queda é "o chão", além lógicamente do ego ferido, principalmente se você estiver em frente, ou melhor embaixo, de muita gente.

O cavalo é um animal "voador", isto é, na menor sensação de perigo ele faz o que ele sabe fazer de melhor, sai correndo se afastando do perigo eminente o mais rápido possível. Muitos de vocês já devem ter ouvido alguma estória de alguem que teve problema com a "disparada" do cavalo! Não é maldade, é uma questão de auto-preservação, instinto do animal.

Isto sempre foi uma das minhas preocupações. Estudei muito e perguntei muito na procura de uma resposta que me ajudasse a prevenir a ocorrência destes momentos. 

Depois de muito trabalhar em cima deste assunto descobri que confiança e saber ouvir os sinais são os dois pontos importantes para prevenir estes momentos. Quanto a confiança trataremos em um outro post, vamos aqui falar do segundo item. 

Se saber ouvir já é dificíl quando se é da mesma espécie e se fala a mesma língua, imagine então o grau de dificuldade que existe nesta relação homem - cavalo, e para que esta seja harmoniosa e segura, deve existir uma comunicação clara e objetiva entre ambos.

Nesta minha pesquisa encontrei alguns artigos que falava sobre o conceito do centauro na equitação, dizendo que cavalo e cavaleiro deveria seu um ser único, interligado, harmonioso, enfim pensar com a cabeça do ser humano e caminhar com as pernas do cavalo. Isto me marcou muito, e passei então a trabalhar este processo com meu cavalo, muito na tentativa e erro, mas de uma forma progressiva.

Muito bem, para encurtar, fosse na arena ou em trilhas, passei a observar de forma muito minuciosa as suas reações, relacionado esta reação com o ambiente, reações como: movimentação da cabeça e orelhas, estas ultimas servem com um eficiente radar; seu caminhar, sua hesitação, posição do pescoço, e outros sinais importantes para saber o que se passava em sua cabeça.

Depois de algum tempo, de uma forma quase que automática, dependendo das alterações do ambiente, eu conseguia prever com certa segurança a reação dele, principalmente no quesito orelha e olhos. Logo depois, principalmente durante as caminhadas em trilhas, eu passei a ouvir o inaudível, como um pássaro ou um animal parado, uma borboleta, um inseto, o movimento das arvores, flores e folhas, um saquinho branco voando ao vendo, (nada mais assustador do que isto para um cavalo), tudo aquilo que em uma situação outra eu não prestaria nenhuma atenção, passei a ouvir.

Levando esta experiência para o mundo corporativo, comecei a notar que nem sempre as pessoas falam aquilo que realmente estão sentido, e comecei a perceber todos os sinais existentes que demonstravam isto. Entendi também que diversos projetos não haviam tido sucesso porque não havia conseguido entender que não havia equilíbrio entre o pensamento, a maneira de agir, e o discurso dos membros da equipe, exemplo: se fala o que os outros querem ouvir, a ação é em desacordo com o planejado, e o pensamento é de descrédito. Isto acontece individualmente e também no conjunto.

Entendendo isto, passei a "ouvir" os sinais das pessoas, como: reações faciais, desconforto com alguns temas, o humor, a forma de sentar, de colocação dos braços etc. Aprendi que cada pessoa reage de maneira diferente, e não existe uma receita básica. 

Com isto consegui criar uma forma de comunicar uma ideia, um projeto ou uma tarefa, levando em conta a diversidade existente na equipe, e gerenciar cada membro da equipe de maneira diferenciada, isto é de uma forma justa e equilibrada, motivando e direcionado a pessoa para o atingimento dos objetivos propostos. 

Os projeto e processos passaram a ser mais efetivos e com menor nível de rejeição. 

Esta, digamos habilidade,  tem me auxiliado muito na carreira como consultor, auxiliando a entender o problema de forma real e conhecer até onde o empreendedor e/ou sua equipe realmente estão engajados com a solução.

Então, é muito importante saber ouvir muito além da palavras para se ter sucesso como líder.

Pensem nisto!





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