Uma nova inteligĂȘncia, para um novo mundo corporativo!



O mundo corporativo como também o ambiente de negócios em que estão inseridos passam por uma grande crise de sustentabilidade, seja nos conceitos de gestão, seja no tratamento de seu capital humano ou em seus objetivos estratégicos.

Continuamos gerindo as empresas concentrados nos ganhos financeiros de curto prazo, e baseado nisto tomamos açÔes que muitas vezes não respeitam a manutenção do meio ambiente, dos recursos naturais, e nem a ética perante as partes relacionadas, sejam externas ou internas.

Isto cria forte pressĂŁo sobre os colaboradores da organização e tambĂ©m dos seus fornecedores para ser mais produtivos, atingirem objetivos mais ousados, com redução sistemĂĄtica dos custos envolvidos.  Ă‰ fazer mais, melhor e mais barato.

NĂŁo quero dizer com isto que nĂŁo temos que perseguir a eficiĂȘncia e economia dos processos e produtos, nĂŁo Ă© isto, o que nĂŁo podemos fazer Ă© somente olhar para o curto-prazo, ganhar por ganhar, ou estabelecer que o fim justifique os meios para obter, independentemente da Ă©tica e das prĂĄticas sustentĂĄveis de gestĂŁo.

É certo que estamos vivenciando uma forte transição em todos os sentidos, nĂŁo somente no ambiente corporativo, como tambĂ©m na sociedade e nos paĂ­ses. É sĂł olhar para o lado que verificar que muito daquilo que considerĂĄvamos como sendo padrĂŁo ou como verdade, jĂĄ nĂŁo faz muito sentido, colocamos em duvida se continua sendo o caminho ou nĂŁo.

Enfrentamos uma nova configuração mundial de forças econÎmicas, economias sólidas em crise, economias emergentes fazendo diferença no mercado, governos totalitårios desmoronando, globalização e virtualização das organizaçÔes, processos, comunicação e dos relacionamentos B2B, B2C e pessoais.

Uma nova sociedade emerge como resultado da convergĂȘncia dos relacionamentos pessoais e da democratização da informação, criando com isto uma crise de lideranças, nas organizaçÔes e nos governos, que teimam exercer a liderança da mesma maneira como era na revolução industrial, no inicio do sĂ©culo 20.

Neste tempo a medida da inteligĂȘncia humana era o QI – Quociente de InteligĂȘncia, depois durante os anos 90, se verificou que somente o QI jĂĄ nĂŁo era o suficiente, e começou se tratar tambĂ©m do QE – InteligĂȘncia Emocional, pois, nĂŁo bastava Ă  pessoa ser um gĂȘnio, mas como ela reagia e enfrentava suas emoçÔes, ela podia ser um gĂȘnio, mas se nĂŁo soubesse trabalhar suas emoçÔes, podia nĂŁo desempenhar seu papel com excelĂȘncia.

Pois bem, hoje, somente estes dois quocientes jå não atende as necessidades das pessoas e dos gestores das organizaçÔes, pois agora, estamos a procura de um significado para desempenhar um papel na sociedade e na organização, precisamos de lideres que além da confiança, nos mostre este significado, que felizmente, não é somente o de ganhar dinheiro, é algo mais.

Para a nova geração, o ganho Ă© consequĂȘncia do desempenho de uma atividade o qual tem um significado para o aperfeiçoamento de uma sociedade, que acontece dentro de uma expectativa de qualidade de vida no desempenho desta atividade. A verdade Ă© que nĂŁo se trabalha somente por trabalhar.

É a era do conhecimento que esta se estabelecendo em um ambiente de negĂłcio globalizado, rompendo com os padrĂ”es antigamente estabelecidos, como hierarquia, horĂĄrio de trabalho, local fixo de trabalho etc.

A filĂłsofa e fĂ­sica britĂąnica, Dana Zohar discute a existĂȘncia de um novo tipo de inteligĂȘncia, muito importante para as novas lideranças, a qual ela denomina de QS – InteligĂȘncia Espiritual.

É um tanto polĂȘmico, mas quando analisamos esta InteligĂȘncia Espiritual começa fazer sentido para entender um pouco mais o momento por qual passamos. Vejam nĂŁo estamos falando de religiĂŁo, estamos falando de novas necessidades como pessoa e profissionais.

Vejamos, Dana, define QS como sendo:

“Uma terceira inteligĂȘncia, que coloca nossos atos e experiĂȘncias num contexto mais amplo de sentido e valor, tornando-os mais efetivos. O QS aumenta nossos horizontes e nos torna mais criativos. É uma inteligĂȘncia que nos impulsiona. É com ela que abordamos e solucionamos problemas de sentido e valor. O QS estĂĄ ligado Ă  necessidade humana de ter propĂłsito na vida. É ele que usamos para desenvolver valores Ă©ticos e crenças que vĂŁo nortear nossas açÔes.”

Ela complementa,

“É o poder transformador. A inteligĂȘncia emocional me permite julgar em que situação eu me encontro e me comportar apropriadamente dentro dos limites da situação. A inteligĂȘncia espiritual me permite perguntar se quero estar nessa situação particular. Implica trabalhar com os limites da situação. O quociente espiritual tem a ver com o que algo significa para mim, e nĂŁo apenas como as coisas afetam minha emoção e como eu reajo a isso.”

Como que o QS pode afetar as organizaçÔes?

No esteio de todas as mudanças, estĂĄ surgindo um novo tipo de empresa, muito mais responsĂĄvel, com visĂŁo de longo-prazo, que se preocupam com o meio ambiente, com a comunidade e no desenvolvimento integral de seus colaboradores. É uma nova fase do capitalismo, onde alĂ©m da preocupação com o lucro e com a geração de caixa, as empresas irĂŁo investir parte dele na proteção do meio ambiente, na saĂșde, na educação de seus colaboradores e da comunidade onde opera.

Para isto, as empresas precisam de pessoas que queiram entregar mais do que é esperado e/ou requisitado de seu desempenho, alcançar objetivos além da organização, mais motivados, mais criativos e menos estressados.

Segundo Dana, a InteligĂȘncia Espiritual pode ser desenvolvida, e salienta tambĂ©m, que as pessoas dĂŁo tudo de si quando se tem um objetivo mais elevado para suas tarefas, para isto as empresas devem oferecer mais espaço para as pessoas fazerem algo a mais. Ela dez qualidades das pessoas que tem alto QS e que podem ser desenvolvidas pelas corporaçÔes, sĂŁo elas:

1. Praticam e estimulam o autoconhecimento profundo.
2. SĂŁo conduzidas por valores humanos. SĂŁo idealistas e crĂȘem na vida.
3. TĂȘm capacidade de encarar desafios e utilizar a adversidade a seu favor.
4. SĂŁo holĂ­sticas - tĂȘm a visĂŁo do todo integrado e a percepção da unidade.
5. Celebram a diversidade como fonte de beleza e aprendizado.
6. TĂȘm independĂȘncia de pensamento e comportamento.
7. Perguntam sempre "por quĂȘ?" e "para que". SĂŁo agentes de transformaçÔes.
8. TĂȘm capacidade de colocar as coisas e os temas num contexto mais amplo.
9. TĂȘm espontaneidade de gestos e atitudes, e sĂŁo equilibradas emocionalmente.
10. SĂŁo sensĂ­veis, fraternas e compassivas.

Para mim faz todo o sentido do mundo, espero que para vocĂȘ tambĂ©m, desta maneira podemos fortalecer nossas organizaçÔes para que sejam cada vez mais fortes e sustentĂĄveis!

Sejam Felizes!

Share this:

ComentĂĄrios

2 comentĂĄrios:

  1. Seus comentårios são muito interessantes e podem dar espaço para discussÔes em mais de um sentido. Duas coisas surgem espontaneamente para mim:
    I) O Mundo Ă© menor, pode ser mais intimista desde que as pessoas se comunicam e compartilham ideias por fora das estruturas formais dos paĂ­ses e das culturas institucionais. NĂŁo esta longe o dia em que as pessoas que, por exemplo, nĂŁo toleram a corrupção governamental sejam mais que a população de Brasil, de EEUU ou mesmo que da China, sĂł que eles vĂŁo falar chinĂȘs, inglĂȘs, portuguĂȘs... e suas fronteiras serĂŁo as redes sĂłcias.
    II) Uma parte importante da população mundial nĂŁo quer mais ouvir slogans vazios de conteĂșdo. Os “valores” das empresas nĂŁo podem ser apenas os papeis muito bem escritos que pouco e nada falam sobre as reais motivaçÔes da mesma e como ela realmente reage perante os estĂ­mulos internos ou de mercado. E claro que ainda devemos entender qual Ă© o mercado? Onde vendemos os produtos, sĂł isso?
    Com estas ideias na cabeça devo dizer que a globalização chegou a homem e a mulher que anda a pĂȘ. As demandas por transparĂȘncia, accountability, responsabilidade corporativa e social nunca foram tĂŁo fortes. As empresas devem ser preparar para responder a estas demandas si desejam manter sua “licencia de operação”. Si a resposta esta em desenvolver a inteligĂȘncia espiritual, reduzir a hipocrisia, ser honestos, todas elas u outras... sĂł posso dizer benvindas.

    ResponderExcluir
  2. Prezado Enrique, Obrigado pelas suas consideraçÔes, são muito pertinentes.

    ResponderExcluir