Empreendedor, nem todo problema é financeiro!
Como já comentamos em outros artigos, empreender não é uma tarefa
simples. Ela requer uma grande dedicação do empreendedor na condução de suas
atividades diárias.
Ele entra de corpo e alma na operação comercial e produtiva, mas
esquece, ou melhor, acaba não tendo tempo para a atividade de “administrar” o
empreendimento. É muito comum ouvir que a empresa está com problemas financeiros,
contudo, quando nos aprofundamos na análise da atividade verificamos que o
problema é operacional e não financeiro.
O “problema” financeiro é na realidade consequência de uma atividade
operacional equivocada. Ele é o efeito e não a causa. Em minhas palestras
sempre digo que a forma mais rápida de quebrar uma empresa é o crescimento sem
os fundamentos para isto.
Logicamente uma empresa “quebra” por falta de caixa e não por falta de
lucro. Caixa é fato, ou você tem dinheiro para pagar as contas, ou não tem! Lucro
é simplesmente uma medida.
Segundo o SEBRAE, 60% das micros e pequenas empresas não completam o seu
quinto ano de vida, em sua grade maioria devido a falta de capital de giro.
Não cuidar da gestão da empresa é o maior erro que pode ser cometido pelo
empreendedor. Muitos acham que ter uma
gestão estruturada, com controles internos, processos disciplinados e com
medidores de desempenho é perda de tempo, é muito burocrático. Ledo engano, estão com certeza, abreviando o
tempo de vida de seu empreendimento.
Para o sucesso do empreendimento é muito importante que o empreendedor
tenha uma visão clara da posição financeira da empresa, enxergando os
resultados oriundos das operações de compra e venda, de seus passivos, da
necessidade de capital de giro, e principalmente de seu fluxo financeiro.
Olhar somente para o faturamento, conhecer os custos somente na teoria, confundir
saldo do banco com lucro, não contar com um modelo para formação de preço, ou a
falta de relatórios de desempenho são erros recorrentes e encontrados na grande
maioria de casos de insucessos ou de empresas com dificuldades.
De forma simples, o empreendedor deve ter uma visão completa e
estratégica da operação. Para isto ele deve contar com um sistema básico de
controle financeiro, o qual deve ser estruturado dentro da complexidade da
operação, e o mais simples possÃvel.
No mÃnimo, minha sugestão é que o empreendedor conte com as seguintes
ferramentas para a gestão e controle:
- Demonstração de resultado: Este é um relatório contábil que como o nome diz, demonstra o resultado originado das receitas de vendas, deduzidas dos impostos, custos de produção ou comercialização, deduzidos das despesas operacionais para administração. Ele demonstra se a empresa teve lucro ou prejuÃzo, em certo perÃodo de tempo.
- Posição do contas a pagar: Todas as obrigações devem ser listadas neste relatório, seja de fornecedor, prestadores de serviços, financeiros, impostos, valores provisionados de pagamentos recorrentes mensalmente, como aluguel, salários, energia etc. De preferência, demonstrando por perÃodo de desembolso. [
- Posição do contas a receber: É um relatório que demonstra todos os valores a receber por cliente, e por data de entrada no caixa.
- Fluxo de caixa real e previsto: Este é um dos mais importantes relatórios, mas é importante que seja elaborado com informações confiáveis. Ele demonstra a situação e a capacidade de caixa em um perÃodo pré-determinado. Ele é constituÃdo de dados reais, isto é, contas a receber e contas a pagar já conhecidos e também com previsões, principalmente dos custos e despesas mensalmente recorrentes. Minha sugestão é que tenha uma visão de 30 dia diários e mais 60 dias, com visão mensal. Com isto o empreendedor terá uma visão de 90 dias do seu movimento de caixa, de forma que exista tempo de reação para as ações requeridas para o equilÃbrio do fluxo financeiro.
Se tiver alguma dificuldade, chame um profissional especialista para lhe
ajudar neste processo. Posso garantir que este gasto não é uma despesa, e sim
um investimento, o qual poderá lhe poupar muita dor de cabeça no futuro.
Seja feliz!