Pelo menos nas ultimas três décadas as empresas tem passado por uma
transformação significativa em sua cadeia de criação de valor de forma a
atender um novo modelo de negócio onde já não existem mais fronteiras devido à
globalização. Atividades terceirizadas, processos resultado de estudos de reengenharia,
serviços compartilhados e a tecnologia de informação levou a organização para
um nível de complexidade jamais visto.
Para manter a competitividade, as organizações foram levadas
a centralizar operações em centros de excelência ao redor do mundo, reduzindo a
redundância operacional, otimizando a cadeia de suprimento, definindo níveis de
estoque menores, implantando processos produtivos baseado no just-in-time,
incrementando e estreitando o relacionamento com o cliente, automatização dos
processos, além de outras ações gerencias importantes.
Muitas vezes são decisões tomadas olhando única e
exclusivamente redução de custos, sem avaliar os riscos envolvidos nestas novas
configurações, riscos estes que pode inviabilizar a operação como um todo.
A abordagem tradicional de avaliação dos riscos operacionais
é normalmente dirigida para avaliar o desempenho dos processos e a eficiência e
eficácia dos controles internos. Mas será esta abordagem suficiente para a
manutenção da cadeia de criação de valor da empresa?
Estamos realmente avaliando os riscos operacionais de
maneira abrangente?
Tenho a impressão que não, e explico por que.
Vejo os gestores e executivos preocupados com as tarefas do
dia-a-dia, que não são poucas, contudo deixando de lado a atividade gerencial
pensando de forma estratégia as operações sob sua responsabilidade, incluindo
nisto a gestão de risco. Alguns nem sabem que sua maior responsabilidade é
gerenciar riscos.
Por outro lado, vejo auditores internos trabalhando de
maneira muito tímida na avaliação a procura de lacunas para recomendar ações de
forma a sanea-las, ou então, especialistas de controles interno trabalhando na
construção dos processos operacionais e seus controle internos, sem avaliar o
ambiente de controle da organização. Ambos os profissionais muitas vezes não
tem nem ao menos um conhecimento abrangente e estratégico de sua organização.
Ambos, além dos gestores, tem que ter uma visão clara da
cadeia de criação de valor da empresa, incluindo conhecer a cadeia de
suprimento e relacionamento com os diversos canais de vendas. Tem que conhecer
a dinâmica de negócio e como o dinheiro flui dentro da estrutura operacional da
empresa. Tem que conhecer os diversos mercados que empresa opera seus
concorrentes, sua tributação, as possibilidades de catástrofes naturais e etc.
Tem que conhecer a capacidade de resiliencia da empresa, de
como ela trata seus talentos, e quais os riscos (probabilidade e impacto) de
algum processo na cadeia de criação de valor da empresa ser afetado por evento
negativo, inclusive, eventos naturais.
Somente através de profissionais capacitados é que isto será
possível, seja ele um gestor, um auditor e/ou um especialista em controles internos,
e ai esta a importância de desenvolvimento e formação de profissionais com uma
visão de negócio além do conhecimento detalhado da operação. Isto também é
governança, é condição sinequanon para a perenidade e perpetuação da empresa.
O profissional tem que saber que quem sair na frente terá
mais chance de conseguir um lugar ao sol, oferecendo serviços de alta qualidade
para adicionar valor à organização.
Seja Feliz!
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