Sabemos que o risco faz parte de nossas vidas e também da
vida das empresas, pois é a natureza do capitalismo, contudo boa parte das
empresas e de seus executivos desconhece este tema tão importante para a
perenidade da empresa. Uma pesquisa realizada pela Deloitte mostra que apesar
de as empresas entrevistadas aumentarem seu interesse pelo assunto, 83% ainda avaliam
não estar em um estagio maduro de governança, 59% não tem um comitê de risco e
61% classificam suas definições de indicadores de risco como irregular,
insuficiente ou desconhecido.
A pergunta é, porque as organizações ainda relutam em ter
uma gestão de risco como meio de atingir seus objetivos estratégicos?
Vamos primeiro entender que a gestão de risco esta
intimamente associada a as boas práticas governança corporativa, e corporações
que demonstram esta condição de um valor associado maior do que as empresas que
não apresentam estas características. Segundo o IGC da BMFB demonstra que as
empresas com governança de um desempenho de suas ações até 70% maior do que as
que compõem o Ibovespa.
Além disto, estas empresas têm uma maior facilidade de
acesso e menor custo de capital, maior retorno aos acionistas, maior certeza de
criação de valor a longo-prazo, maior capacidade de atrair e reter talentos,
além de outros benefícios.
A gerência corporativa precisa entender que os riscos
futuros devem ser entendidos e mitigados no presente, de forma coordenada, pois
se assim não for, com certeza no futuro esta mesma gerência estará gerenciando
crises, se ainda tiver alguma chance de recuperação.
Nas minhas atividades diárias me defronto sempre com
posicionamentos da alta e média administração afirmando que no processo não “existe”
riscos, pois, esta tudo controlado, ou que a empresa não corre nenhum risco e
assim por diante.
Isto demonstra um claro desconhecimento do conceito risco e
governança por parte dos executivos, e acredite é mais normal do que você pode
imaginar.
Parte deste desconhecimento vem da qualidade de nosso ensino
corporativo, pois vejo ainda que cursos denominados de “MBAs” de instituições
brasileiras reconhecidas como de primeira linha, mal falam de gestão de riscos.
Outro motivo é a falta de humildade dos profissionais em
reconhecer que o mundo esta em mutação, que as verdades de outrora já não são
parte deste novo mundo que se descortina diante de nossos olhos, e que são necessárias
outras habilidades e competências para gerir de forma eficaz um negócio.
Encontramos
este comportamento em estruturas multinacionais, mas é muito mais frequente nas
empresas familiares.
Pois bem, estamos
vivenciando uma transformação global profunda no mundo dos negócios, uma
ruptura nos padrões de gestão, na dinâmica dos negócios, nos centros de poder e
na forma de enxergar o mundo. A corporação que não estiver prestando atenção à
turbulência ao seu redor com certeza terá problemas de continuidade.
Atualmente a capacidade de se antecipar às ameaças inerentes
ao mundo dos negócios é essencial para o sucesso e perpetuação da organização,
e não pode ser visto como um custo desnecessário, na realidade é um
investimento que qualquer empresa seja de que tamanho for, ou de que mercado
seja, deveria considerar com muito carinho.
A boa noticia é que o mercado esta acordando para o tema de
governança corporativa e gestão de riscos, o que por si só já é um ponto positivo,
pois demonstra que alguns empresários e executivos já têm uma noção de que a
criação de valor das organizações a longo-prazo passa por uma mudança na
condução e gestão corporativa. Cada vez mais vejo uma preocupação com o
aperfeiçoamento dos processos operacionais e o fortalecimento dos sistemas de
controles internos, o que é extremamente positivo.
É um longo caminho, mas é um caminho que deve ser iniciado!
Seja Feliz!
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