Atualmente as empresas operam em um cenário de incertezas muito maior do que no momento inicial da crise em 2008. Onde há pouco tempo havia previsões otimistas de crescimento e expansão, hoje existe uma grande duvida sobre o futuro do mercado e dos seus resultados.
Esta preocupação tem sua base devido à deterioração dos resultados corporativos, que não começou agora, mas lá no ano de 2012, como relata a revista Exame desta quinzena, que um entre cinco presidentes de companhias instaladas no país não recebeu bônus referente ao resultado obtido em 2012.
Aliado a isto, vem o fato de desconfiança no governo em lidar com a crise atual, sendo que, além da inércia e incompetência na gestão, os instrumentos disponíveis tem se mostrado insuficientes.
Segundo uma pesquisa realizada pela consultoria BTA, 48% das empresas consultadas, entre as 500 maiores empresas instaladas no Brasil, identificou uma deterioração nos resultados, sem condição de recuperação neste ano. Ela complementa que a longo- prazo o cenário também é desanimador, pois para 63% das empresas as perspectivas para os próximos cinco anos é apenas mediano.
Somente para ilustrar, em 2009 a revista The Economist publicou em sua capa o Cristo Redentor decolando, e agora em 2013, publica na capa os países do BRIC afundando na lama. Ela menciona que o crescimento do Brasil foi fruto dos altos preços das commodities vendidas para a China, que agora com o enfraquecimento do crescimento deste país, combinado com inflação e baixo crescimento do PIB, faz com que a economia caminhe em passos mais lentos.
Criticamos o governo, mas quando olhamos para as corporações, elas também sofrem da inércia gerencial; deixam de tomar ações importantes para preparar as organizações para o momento de crise, escolhem fazer uma gestão de crise ao invés de uma gestão de contingências, acentuando com isto a destruição do valor de sua operação.
Neste momento as empresas iniciam uma busca frenética de redução de custos, tomando decisões, que aparentemente podem surtir algum efeito a curtíssimo prazo, contudo a médio e longo-prazo se demonstram equivocadas.
Uma das decisões mais destruidora e mais equivocada é com relação ao capital humano da organização, os primeiros a sofrer com a falta de uma efetiva gestão de riscos corporativos, não estou mencionado aqui somente às ações para ajuste do dimensionamento da mão de obra, mas, decisões referentes à redução e/ou mudanças nos benefícios, na limitação dos programas de desenvolvimento de conhecimentos e habilidades, e a mais equivocada, em minha opinião, que é a troca de colaboradores mais experientes por profissionais mais jovens, recém-formados, e por consequência mais barata.
No momento em que a organização precisa de pessoas experientes, comprometidas, alinhadas com os valores e cultura de governança, é quando, por miopia gerencial, estes profissionais são descartados.
Os lideres tem que entender que não é possível relaxar durante períodos sem turbulências, pois com certeza em algum momento elas virão, é natural, faz parte do ciclo da vida de qualquer empresa.
As empresas devem permanentemente ter total domínio de suas atividades promovendo as seguintes ações e atitudes:
·
Estabelecendo
um programa de redução de custos sustentável alinhado com as suas necessidades
estratégicas. Isto deve ser uma atitude de todos os tomadores de gestão, e deve
fazer parte de suas metas individuais;
· Implantar a atitude de “tolerância zero” para
a incompetência e para o desperdício, não esquecendo que, por exemplo, reuniões
mal planejadas representam um dos maiores desperdícios oculto;
·
Promover uma
gestão de risco efetiva, de forma que todas as ações sejam orientadas para a
mitigação dos eventos que possam impactar de forma negativa a capacidade da
empresa de atingir suas metas estratégicas;
·
Estabelecer
um programa contínuo e sustentável de revisão dos processos operacionais e do
seu sistema de controles internos, através da contratação de especialistas em
controles internos, com o objetivo da busca contínua de obtenção de processos
mais eficientes, eficazes e econômicos.
Como sempre digo o sucesso ou a derrota é uma questão de escolha e não resultado do acaso ou da sorte.
Sejam felizes