Tuesday, September 17, 2013

Um cenário de incertezas e o dilema da gestão empresarial!



Atualmente as empresas operam em um cenário de incertezas muito maior do que no momento inicial da crise em 2008. Onde há pouco tempo havia previsões otimistas de crescimento e expansão, hoje existe uma grande duvida sobre o futuro do mercado e dos seus resultados.

Esta preocupação tem sua base devido à deterioração dos resultados corporativos, que não começou agora, mas lá no ano de 2012, como relata a revista Exame desta quinzena, que um entre cinco presidentes de companhias instaladas no país não recebeu bônus referente ao resultado obtido em 2012.

Aliado a isto, vem o fato de desconfiança no governo em lidar com a crise atual, sendo que, além da inércia e incompetência na gestão, os instrumentos disponíveis tem se mostrado insuficientes.

Segundo uma pesquisa realizada pela consultoria BTA, 48% das empresas consultadas, entre as 500 maiores empresas instaladas no Brasil, identificou uma deterioração nos resultados, sem condição de recuperação neste ano. Ela complementa que a longo- prazo o cenário também é desanimador, pois para 63% das empresas as perspectivas para os próximos cinco anos é apenas mediano.

Somente para ilustrar, em 2009 a revista The Economist publicou em sua capa o Cristo Redentor decolando, e agora em 2013, publica na capa os países do BRIC afundando na lama. Ela menciona que o crescimento do Brasil foi fruto dos altos preços das commodities vendidas para a China, que agora com o enfraquecimento do crescimento deste país, combinado com inflação e baixo crescimento do PIB, faz com que a economia caminhe em passos mais lentos.

Criticamos o governo, mas quando olhamos para as corporações, elas também sofrem da inércia gerencial; deixam de tomar ações importantes para preparar as organizações para o momento de crise, escolhem fazer uma gestão de crise ao invés de uma gestão de contingências, acentuando com isto a destruição do valor de sua operação.

Neste momento as empresas iniciam uma busca frenética de redução de custos, tomando decisões, que aparentemente podem surtir algum efeito a curtíssimo prazo, contudo a médio e longo-prazo se demonstram equivocadas.

Uma das decisões mais destruidora e mais equivocada é com relação ao capital humano da organização, os primeiros a sofrer com a falta de uma efetiva gestão de riscos corporativos, não estou mencionado aqui somente às ações para ajuste do dimensionamento da mão de obra, mas, decisões referentes à redução e/ou mudanças nos benefícios, na limitação dos programas de desenvolvimento de conhecimentos e habilidades, e a mais equivocada, em minha opinião, que é a troca de colaboradores mais experientes por profissionais mais jovens, recém-formados, e por consequência mais barata.

No momento em que a organização precisa de pessoas experientes, comprometidas, alinhadas com os valores e cultura de governança, é quando, por miopia gerencial, estes profissionais são descartados.

Os lideres tem que entender que não é possível relaxar durante períodos sem turbulências, pois com certeza em algum momento elas virão, é natural, faz parte do ciclo da vida de qualquer empresa.

As empresas devem permanentemente ter total domínio de suas atividades promovendo as seguintes ações e atitudes:

·         Estabelecendo um programa de redução de custos sustentável alinhado com as suas necessidades estratégicas. Isto deve ser uma atitude de todos os tomadores de gestão, e deve fazer parte de suas metas individuais;
·         Implantar a atitude de “tolerância zero” para a incompetência e para o desperdício, não esquecendo que, por exemplo, reuniões mal planejadas representam um dos maiores desperdícios oculto;
·         Promover uma gestão de risco efetiva, de forma que todas as ações sejam orientadas para a mitigação dos eventos que possam impactar de forma negativa a capacidade da empresa de atingir suas metas estratégicas;
·         Estabelecer um programa contínuo e sustentável de revisão dos processos operacionais e do seu sistema de controles internos, através da contratação de especialistas em controles internos, com o objetivo da busca contínua de obtenção de processos mais eficientes, eficazes e econômicos.

Como sempre digo o sucesso ou a derrota é uma questão de escolha e não resultado do acaso ou da sorte.

Sejam felizes

Monday, September 16, 2013

A utopia de um sistema corporativo a prova de irregularidades.



Vejo muitas vezes discussões no meio corporativo sobre as formas de evitar fraudes e irregularidades dentro de uma organização. São discussões e debates importantes, que ajudam a melhorar a qualidade dos processos e seus controles internos, e devem acontecer sempre junto aos tomadores de decisões.

Falamos em barreiras de defesa, discutimos a graduação e responsabilidades sobre cada uma das defesas existentes, contudo, apesar disto as fraudes e irregularidades continuam acontecendo.

Organismos como o COSO, Intosai, AICPA, e outros por ai a fora, continuam seus estudos, publicando material técnico para evitar estes eventos. Sem contar a legislação de alguns países que atuam fortemente para minimizar as ocorrências de eventos relacionados com fraudes e irregularidades.

Mesmo assim, entre uma noticia e outra, sempre existe uma noticia sobre atividades fraudulentas no mundo corporativo.

E porque, apesar de tudo, isto ainda ocorre?

E a resposta é clara, pois apesar de toda a tecnologia que podemos aplicar nos processos de gestão, temos que confiar nas pessoas que estão por trás de todos os processos e nas posições de tomada de decisões.

Então, todo o trabalho para evitar estas irregularidades e/ou uma gestão não ética, é em vão?

E a resposta é não, não são em vão, muito pelo contrário, elas adicionam valor às organizações através da eficiência e eficácia operacional, a busca da integridade das informações, e da salvaguarda dos ativos.

Os lideres precisam ter claro em suas mentes que não podemos evitar, mas podemos minimizar a ocorrência destes eventos com bons processos de gestão de risco, controles internos e governança corporativa.

Também devem trabalhar muito fortemente junto a área de recursos humanos, para que o processo de seleção de profissionais possa, na medida do possível, ser conduzido de forma a minimizar a contratação de pessoas não alinhadas aos valores corporativos.

Deve haver também, um forte posicionamento da alta gestão sobre a política de “tolerância zero” para este tipo de evento, devendo se amplamente comunicado a toda organização.  Lembrando que isto não pode ficar apenas no discurso, mas deve ser exemplificado pela alta gestão. O exemplo é muito mais forte do que apenas o discurso.

Com as novas tecnologias, com a descentralização física dos escritórios e com a mobilidade das atividades e dos acessos remotos ao sistema corporativo, se torna cada vez mais importante e crucial, ter pessoas comprometidas com a estratégia da empresa, motivadas e alinhadas com os valores da organização e com suas melhores práticas de gestão.

Mas tenhamos em mente que apesar de todos nossos esforços, não podemos descansar e nem relaxar, pois o risco continua existindo!

Sejam felizes!