Wednesday, February 26, 2014

A governança corporativa como resposta efetiva aos tempos de incertezas!


 
Cada vez mais fica claro que os prognósticos para o ano de 2014 não serão dos melhores, nem para o mercado domestico e nem para o mercado internacional. Onde há pouco tempo havia previsões otimistas de crescimento e expansão, hoje existe uma grande duvida sobre o futuro do mercado e dos seus resultados.

Neste cenário de incertezas é que uma gestão moderna e efetiva faz a diferença, pois ela não espera a crise bater em sua porta para agir, ou melhor, reagir muitas vezes de maneira pueril, destruindo valores corporativos importantes para a continuidade, ela se prepara para a crise.

Como sabemos a existência da empresa está centrada na capacidade de criar valor para às partes relacionadas, e toda a sua estrutura e organização será desenhada para atender está sua missão. O grande problema é que as empresas, como também nós os seres humanos, temos uma grande capacidade de entrar em uma zona de conforto, região extremamente perigosa, pois anula o nosso senso critico e cria, na organização, o que chamo de miopia gerencial.

O ambiente de negócios a cada dia fica mais complexo pela a entrada de novas tecnologias, novos players no mercado, maior virtualização e mobilidade, novas leis e regulamentos, etc.

Neste novo ambiente as organizações devem estar em constante movimento para se adaptar as novas condições de mercado, e isto requer estruturas mais enxutas e flexíveis, menos capital aplicado em ativos de baixa liquidez, uma estrutura de custos otimizada, forte investimento em pessoas para fomentar a inovação, além de produtos e/ou serviços de reconhecida qualidade.

Neste novo mundo dos negócios não existe mais espaço para a inércia, para a mediocridade, improvisação, e nem para uma gestão reativa. As empresas que quiserem ter sucesso a longo-prazo devem estar sempre um passo a frente do mercado, e isto, além de ter pessoas preparadas e capacitadas, requer atitude proativa, foco na inovação, visão de longo-prazo, alinhamento do capital - talento humano - Retorno.

Os lideres tem que entender que não é possível relaxar durante períodos sem turbulências, pois com certeza em algum momento elas virão, é natural, faz parte do ciclo da vida de qualquer empresa. Devem buscar permanentemente ter um total domínio das suas atividades.

Sugiro as seguintes ações e atitudes, que conduzidas de forma contínua, podem promover condição necessária para o sucesso e para a sustentabilidade da organização nos momentos de turbulência:

·         Ter uma governança corporativa efetiva, alinhando os processos com as metas estratégicas, com a ética e com as melhores práticas de gestão,
·         Manter um programa de excelência para a capacitação e desenvolvimento de seus colaboradores. A empresa que não cuidar deste quesito com a atenção merecida, está decretando sua sentença de morte.
·         Promover junto aos seus colaboradores a disseminação da busca de ideias inovadoras,
·         Estabelecer um programa de redução de custos contínuo e sustentável, alinhado com as necessidades estratégicas. Isto deve ser uma atitude de todos os tomadores de decisão, fazendo parte de suas metas individuais;
·         Implantar a atitude de “tolerância zero” para a incompetência e para o desperdício, principalmente para os itens considerados como desperdícios ocultos, exemplo: reuniões mal planejadas.
·          Promover uma gestão de risco efetiva, de forma que esteja inserida na cultura organizacional, onde as ações sejam orientadas para a mitigação dos eventos que possam impactar de forma negativa a capacidade da empresa de atingir suas metas estratégicas;
·         Estabelecer um programa contínuo e sustentável de revisão dos processos operacionais e do seu sistema de controles internos, através da contratação de especialistas em controles internos, com o objetivo da busca contínua de obtenção de processos mais eficientes, eficazes e econômicos,
·         Implantar um programa de “compliance” robusto,
·         Manter um processo de monitoramento independente de sua governança, seu processo de gestão de riscos e de seu sistema de controles internos.

Como sempre digo o sucesso não é uma questão de sorte, é uma questão de escolha!

Fevereiro 2014, São Paulo, Brasil

Friday, February 14, 2014

Empreendedorismo: Cinco dicas para a gestão do fluxo de caixa para empreendedores no processo de startup


O empreendedor na fase de startup tem como característica se concentrar em seu “core business”, deixando em segundo plano uma atividade que é base para o sucesso do empreendimento, o controle do fluxo de caixa.

Tenho visto planos excelentes no ”PowerPoint”, demonstrando lucros futuros excelentes, curvas de crescimento de dois dígitos, geração de caixa operacional para seu retro financiamento, mas na hora da verdade o empreendimento perece por um simples motivo, falta de dinheiro.

Como uma forma de alerta, abaixo indico cinco dicas para uma gestão do fluxo de caixa de forma a aumentar a possibilidade do empreendimento, são eles: 

1 – Lucro e Caixa são duas coisas diferentes, lembre-se disto!

Primeiro de tudo entenda que ter resultados positivos (lucro) é diferente de ter caixa (dinheiro). O lucro é meramente uma figura contábil, não é possível pagar uma conta com o lucro. A contabilidade pode ser muito mais complicada do que você imagina, por isso todo o empreendedor precisa, antes de iniciar o seu negócio, obter conhecimento dos conceitos básicos da contabilidade para que não tome ações equivocadas, o que pode custar muito caro para o empreendimento. Logicamente você deve perseguir o lucro, mas lembre-se de que ter lucro não quer dizer que exista dinheiro no caixa disponível para o pagamento das contas, ele pode estar aplicado em outros ativos com menos liquidez!

2 – Controlar o caixa mentalmente não funciona, tenha um controle formal do Fluxo de caixa!

Outra coisa interessante, neste estagio, é que o empreendedor acredita que pode controlar seu fluxo de caixa de forma mental.  Não há nada pior para o empreendimento do que isto! Este é um assunto que deve ser estruturado, dentro das condições existentes da operação, com o mínimo de formalismo, a forma intuitiva aqui não irá funcionar. É necessário conhecer de maneira quando a venda realizada irá ser transformar em dinheiro, como também, conhecer na linha do tempo, quando você irá precisar de dinheiro para pagar seu fornecedor.  Lembre-se que, o que quebra uma empresa não é a falta de lucro, mas sim a falta de caixa, e dinheiro é fato, ou tem ou não tem!

3 – Estoque consome dinheiro!

Se para a operacionalização de seu empreendimento você necessita comprar produtos para comercializar ou para transformar em outro produto, tenha em mente que existe um tempo para que ele se transforme em dinheiro novamente, e isto somente acontece quando o cliente pagar pelo produto. Neste meio tempo, você não pode esquecer que provavelmente neste período tenha a necessidade de pagar seu fornecedor, se seu ciclo operacional não estiver “casado”, possivelmente você terá que pagar antes de realizar e/ou receber o valor da venda. Lembre-se que cada Real que você colocar no inventário (estoque) é um Real a menos que você terá no caixa!

4 – Não considere os seus recebíveis como certo e liquido, seja conservador em sua previsão e estimativa!

O contas a receber refere-se ao dinheiro que os clientes devem para a empresa devido à aquisição de produtos e/ou serviços.  Imagine que se seu cliente não tiver um controle de caixa e/ou uma situação financeira sob controle, ele pode não pagar na data planejada. Por isso deve haver uma avaliação muito criteriosa destes valores a receber, e não se pode contar com 100% de certeza que o cliente irá pagar na data prevista, desta forma é muito importante trabalhar com uma previsão realista das entradas de caixa oriundas do recebimento de clientes. Lembra-se que, como nos estoque, cada Real no contas a receber é um real a menos em dinheiro no caixa!

5 – Dinheiro no banco não é lucro e não necessariamente disponível para gastos fora da operacionalidade da empresa!

Outro grande erro do empreendedor, não somente nesta fase, é de considerar o saldo existente no banco como sendo lucro, ou então disponível para outros gastos fora do fluxo de caixa financeiro da empresa. Como já comentamos no item 1 acima, dinheiro não é o mesmo que lucro, a empresa pode ter lucro, mas não tem dinheiro, porque está aplicado em ativos sem liquidez imediata, ou então pode acontecer ao contrário, ela não tem lucro, mas tem dinheiro no caixa.

Estas são cinco dicas importantes para o planejamento e gestão do fluxo de caixa para os empreendedores em processo de startup.
Lembre-se que se você não conseguir trabalhar e controlar o fluxo de caixa financeiro do empreendimento possivelmente você também poderá falhar na gestão do seu negócio.

Seja feliz!