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Eu estava esperando
que o grande vilão fosse o tomate, mas me enganei, é a violência dos arrastões
o grande motivador do encarecimento da nossa pizza de cada dia!
Meu deus que país é este, realmente fiquei preocupado, pois
pode mexer com tudo, mas não mexe com a pizza não, isto é jogo sujo.
Na esteira deste assunto, comecei a pensar sobre as
perspectivas da economia para o próximo semestre, e apesar de ser uma pessoa
otimista, fiquei muito preocupado, explico o porquê:
Primeiramente, olhando para o mercado externo, as
perspectivas não são nada boas. A Zona do euro continua e continuará em
recessão, podendo agravar, pois, demonstra uma taxa de desemprego alta, uma
produção industrial em queda, e uma taxa de inflação também em queda, podendo
evoluir para uma deflação, que seria um verdadeiro desastre.
Os Estados Unidos, a meu ver, esta andando de lado, algumas
vezes os sinais são positivos e outras vezes não. Não é possível ainda dizer se
ele está em recuperação ou não.
A China, o grande mercado importador do Brasil, esta
reduzindo o seu crescimento, e alguns analistas falam da existência de fatores de
fragilidade financeira em sua economia, uma coisa é certa, ela esta mais
cautelosa com sua política expansionista.
Logicamente, em um cenário de retração econômica externa como
este, os preços das commodities se deterioram devido à existência de excedentes
no mercado, impactando diretamente aos países exportadores deste tipo de
produto, como o Brasil, por exemplo.
Com este quadro em mente, comecei a olhar para a economia
nacional.
O crescimento dos últimos anos foi baseado na expansão do
crédito e na expansão do mercado consumidor devido ao crescimento dos salários,
e na redução do desemprego. Os setores automobilísticos, construção e linha
branca foram os grandes beneficiados neste processo.
Acontece que agora o crédito está estagnado. Segundo análises
do mercado, as famílias estão endividadas, e a criação de empregos perdeu sua
força e está caminhando para zero de crescimento, e o salário tende para um equilíbrio.
Vai faltar gente para
comprar!
Outro dado interessante é a queda da atividade industrial e também
das vendas no varejo, pois, apesar dos preços no atacado apresentarem uma
redução, isto ainda não é sentido no varejo, quer dizer ainda não chegou ao
consumidor, e vale lembrar que, segundo a FGV, a confiança do consumidor esta
em queda.
Com certeza a consequência é menos emprego e o consumo vai
cair por medo e não por demanda!
Além de tudo isto, a deterioração das finanças públicas,
falta de investimento em infraestrutura, respostas superficiais do governo e
piora da balança comercial impactam diretamente na desaceleração da economia.
O resultado não pode ser outro, previsão de um pequeno crescimento
da economia brasileira, aumento dos juros para conter a inflação e
desvalorização do Real.
O Governo e FMI já reduziram a previsão da taxa de
crescimento do PIB brasileiro. O COPOM já elevou a taxa básica Selic.
E a moeda brasileira já
esta em processo de desvalorização, agravado pelos movimentos de insatisfação
popular, que apesar de legitimo, tem forte impacto no grau de confiança do
investidor externo, e aliado a isto, a recuperação das taxas de juros norte
americanos, tornou inevitável a desvalorização do Real, com o fluxo dos
investidores procurando um porto seguro, e os Estados Unidos mesmo em crise,
ainda é a melhor alternativa.
Outra coisa importante que deve ser considerado é que o
Brasil não tinha mais possibilidade de crescimento, pois, existem dois grandes
gargalos neste processo: Falta de infraestrutura, e falta de capacidade de mão
de obra, é impossível crescer de forma sustentável sem estes dois itens.
O Brasil passa há muito tempo por uma crise de competência
de gestão, seja no governo, nas instituições publicas ou na iniciativa privada.
Faz muito pouco tempo, desde a abertura dos mercados na era Collor, que falamos
de produtividade, de processos eficientes e sustentáveis, etc.
Algumas
corporações, inclusive instituições governamentais, já entenderam a situação e já
estão trabalhando em seus processos de governança e gestão de riscos, se
posicionando para as novas necessidades do mercado, o que já é um caminho
importante para o fortalecimento dos processos empresarias. Muitas empresas
ficaram pelo caminho, mas tudo isto faz parte dos ciclos evolutivos da
humanidade.
Se alguém ainda tinha duvidas que o processo que estamos vivenciando
é um grande processo de ruptura social e econômico, acho que não existe mais.
Enfim, o negócio agora é começar fazer pizza em casa, pois
com o cenário acima, não vai haver outro jeito!
Sejam felizes!
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