Hoje é inevitável, nas aulas de governança e gestão de
riscos, o questionamento sobre o porquê da atual situação das empresas “X”, e
faz todo o sentido, pois até pouco tempo, o grupo X e seu gestor, eram
considerados como um modelo de gestão empreendedora e exemplo de governança corporativa.
Os questionamentos são sempre no sentido de entender as
causas que levaram o grupo chegar nesta situação de descrédito, pois se havia uma
governança considerada modelo porque esta acontecendo esta crise? Quais os
motivos por traz deste fiasco? Isto é fruto de uma gestão antiética?
Vejam, não existe uma resposta fácil, até porque, não tenho
todas as informações necessárias para isto, contudo, é possível trabalhar em algumas
hipóteses.
Primeiramente, realmente não acredito que a causa raiz seja de
irregularidade no processo, baseado em tudo que li sobre o assunto, minha
primeira impressão é que o grande motivador da crise uma gestão pobre, ineficaz
e ineficiente, por parte de todos, principalmente de seu principal executivo.
Aparentemente, o
grupo foi estruturado em cima de algumas premissas, não factíveis ou
equivocadas, enfraquecendo desta maneira, toda a dinâmica de geração de caixa
operacional. Esta situação acaba tendo maior visibilidade quando, por uma
questão de credibilidade, as linhas de financiamento, até então, fartas,
começam a rarear devido a falta de confiança no alcance dos objetivos
propostos.
Esta gestão medíocre não cria barreiras para o grupo assumir
riscos muito acima de sua capacidade, e de sua tolerância;
O professor Jim Collins, em seu livro, porque as empresas bem
sucedidas fracassam, observa que a primeira fase do declínio é o excesso de
confiança originado pelo sucesso, o que na realidade é exacerbação da
arrogância e do poder, fazendo com que os orgulhosos gestores, não vejam os
riscos inerentes que algumas posições, postura e decisões trazem. (leiam o post
de março de 2013, denominado Miopia empresarial)
Quando leio que o principal executivo somente gostava de
receber informações positivas, não queria saber dos problemas e dos riscos. Quando
observo também, sua arrogância nas entrevistas junto à mídia internacional, e que
os executivos mais seniores, eram meros coadjuvantes, fica claro, que o professor
Collins tem toda razão.
De quem é a culpa? Porque deixaram chegar neste estagio, se
havia profissionais de renome no conselho de administração? Porque não disseram
não! Todos que deveriam dizer não, os bancos, os auditores externos, os
advogados, os órgãos reguladores, não o fizeram. Será isto fruto dos piores
sentimentos do ser humano? O orgulho, a vaidade, a arrogância e a ganância?
Ainda é muito cedo
para chegar a uma conclusão, entretanto, para mim é muito claro que a existiu
uma falta de comprometimento da alta gestão com as melhores práticas de gestão,
com a excelência, com a competência, com a transparência, e com a ética; a
governança corporativa somente existia no site, não existia nas atitudes, nos
valores, e na visão da organização, muito menos junto aos gestores chaves. Desta
forma tudo fica volátil e enfraquecido, e isto é um passo para o fracasso.
Vamos aguardar o desfecho, pois ainda tem muita água para
rolar!
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